A cara de boa menina pode enganar quando o
assunto é Sandy. Aos 28 anos e 17 de carreira, a cantora e dublê de
atriz se diz muito dona de seu nariz e dando a mínima para a imagem de
"certinha" que construiu, mesmo involuntariamente, ao longo da estrada
no showbiz. Prova material dessa emancipação é sua carreira solo que,
com o lançamento do DVD do CD Manuscrito, em 24/11, ganha mais
combustível.
Sandy apresentou o DVD, gravado ao vivo no Teatro Bradesco, em São
Paulo, e mixado no FX Studio, em Londres, a jornalistas de todo o Brasil
na tarde desta quarta-feira (09/11).
Segura, simpática e serena, a cantora e cada vez mais compositora
respondeu a diversas perguntas sobre música, vida pessoal, indústria
fonográfica e internet, com a mesma paciência e calculismo com que vem
planejando seu trabalho e sua identidade pós-dupla com o irmão Junior,
que estreia na direção de shows com Manuscrito, co-dirigido pelo marido e
produtor da cantora, Lucas Lima.
Discreta
O que se vê é uma cantora "discreta", como ela mesma se autodefine, e
elegante, com domínio total de música, imagem e convidados que
chancelam a maturidade artística da moça: Lenine, Seu Jorge e a cantora e
pianista inglesa Nerina Pallot.
Respeito é bom e Sandy gosta. "Faço música como sou – e não me
importo se vou fazer sucesso ou não com meu trabalho solo. Porque
sucesso já consegui de sobra com Sandy e Junior", explica. "Sinto-me
leve e solta para trilhar meu próprio caminho, independente de
preconceitos e expectativas".
Com 1 milhão e 800 mil seguidores no Twitter, Sandy tem na humildade
seu maior trunfo. Musicalmente não é brilhante e sabe disso. Mas ela se
expressa e canta bem, num tom romântico assumido e caprichado, sem ser
piegas como o sertanejo de seu tio e pai, Chitãozinho e Xororó. Sobre
eles, ela diz, classuda, ao ser questionada se cantaria algo da dupla,
como fará Maria Rita com o repertório da mãe, Elis Regina: "Prefiro
apreciar como espectadora o trabalho deles, cujo estilo é bem diferente
do meu".
Caderninhos secretos
Ela ressalta que Manuscrito é "muito autoral". Tanto quanto os
caderninhos de poesias e letras que ela mantêm secretos – "já estou no
terceiro deles e gosto de escrever em papel, quando bate inspiração",
revela. Os dotes de compositora da ex-estudante de Letras estão nas três
canções que grava com os convidados: Sem Jeito, com Lenine (de quem
Sandy gravou Hoje Eu Quero Sair Só), Tão Comum, com Seu Jorge – ambas
ótimas – e Dias Iguais (composta e interpretada ao vivo com Pallot).
Intimista
Aconchegante e de bom gosto (cenários de Zé Carratu e luz de Maneco
Quinderé), o visual do palco remete a uma atmosfera intimista e ao
sentimento de fazer música "de dentro pra fora" que guia Sandy neste
momento corajoso e inspirado, pronto para angariar novos fãs – "gente
que não curtia meu trabalho com Junior, que se dispõe a ouvir o CD,
fala: 'Nossa, não acredito que ouvi o disco da Sandy e gostei'. Fico
muito satisfeita", garante.
Neste sentido, Manuscrito está mais para manisfesto. Talvez esteja
imbuído do mesmo impulso transgressor (ou seria transgre$$or?) que ela
diz ter tido ao aceitar fazer propaganda de uma cerveja com nome daquilo
que Sandy está longe de ser. "A gente tem de dar uma chacoalhada de vez
em quando", receita, jurando que não pensa em dinheiro quando trabalha.
Atrevida? É como ela interpreta o fato de cantar sucessos de Michael
Jackson no espetáculo Projeto Covers, de Monique Gardenberg, que estreia
ainda este mês, passando por Curitiba, SP, Ribeirão Preto (SP), Goiânia
e Recife. "É um atrevimento de minha parte, mas resolvi encarar", diz.
Sandy encara também seu lado atriz com participação na série As
Brasileiras, da Globo, que vai ao ar no ano que vem.
Fonte: BR Press
Nenhum comentário:
Postar um comentário